.Violeiro.

Cinco pares que se encontram

Vão cantando encantoria

Uma saudade que eu guardo

Tarde e noite, dia-a-dia

Violeiro toca bonito

Faz o povo se encantar

Cada acorde em sustenido

Traz um soar comovido

Daquele que tem um penar

Carrega a viola com afinco

Coisa linda de se ver

É como se fosse um filho

Que lhe empresta o seu viver

E sendo assim poeta chinfrim

Deixo aqui o meu olhar

Sobre o violeiro encantado

De quem aprendi a gostar.

.Quereres.

Quero sair dessa casa de areia....

ficar soterrada a cada ventinho

eu já não consigo mais.

É que eu zanguei numa cisma arretada..

de uma vontadesinha apertada

de gostar demais.

Quero casa de concreto...

chão maciço... muro reto....

lustre bonito pendurado no teto.

Quero risos na janela...

cortina de linha amarela...

jardim com hibisco e camélia.

Quero cheiro de camomila....

brisa leve no fim do dia...

gosto de jasmim.

Quero escada comprida...

alecrim na comida...

uma cor bem bonita...

E alguém prá gostar de mim!

.Encontrei...

Te encontrei prá me encontrar

Quando não mais procurei

Justamente fui te achar.

E encontrei de jeito ameno

Viola na mão, tocando sereno

Serenata nos dedos teus.

Te encontrei quando nem queria

Encontrar mais companhia

Para acompanhar os passos meus.

E foi encontro bonito

No começo um tanto esquisito

Foi folia no meu coração.

E sonhei esse caso bobo

Esse carinho assim tão novo

Que logo vai virar canção...