sexta-feira, 28 de novembro de 2008

.Toada.


Tão bom reencontrar
Aquele velho amigo
Aquele afeto querido
De quem gosto de gostar

Aprender e rir à toa
Ficar conversando
À tardinha, na boa
Descobrir e reinventar

Tão bom encontrá-lo homem feito
Barba na cara e carinho no peito
E achar nos teus passos
Caminho qualquer

Saber que estavas comigo
Na coragem e também no perigo
E poder contar com você

Despedir e deixar que a vontade
De matar novamente a saudade
Logo mais nos faça rever.

domingo, 5 de outubro de 2008

.Ignescências.



Descobre-te, amigo
Acolha-me em brasa
Me mostra perigo
Que envolvo-te n'asa
Dá-me abrigo
Que te faço casa
Faz morada no meu peito, febril
Ardo-me
Parto-me
Vens dançar comigo assim
Pasme de delírios loucos
Talha-me devaneios tolos
Grava teu corpo no meu
Volta e me mostra o sentido
Senti um gosto comigo
Cai em meus braços, sutil.

domingo, 7 de setembro de 2008

Flor em Mim


Flor que aflora dentro de mim
Flor menina, madura mulher
Flor do lácio, flor de jasmim
Flor que desabrocha enfim...

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

São (Sampa) Paulo




'São Paulo, terra da garoa
São Paulo, te posso curtir numa boa'


Entre os cinzas que te encobrem
Vejo a alma multicolorida que escondes
Paredes pixadas
Marcas de fumaça na fachada
Quero-te verde, quero ver-te
Sobre a neblina da sacada

Paulistana na cidade
Menina que não mostra idade
Caminha sem pensar
Duque de Caixias, 9º andar
Caipira perdida na capital
Pastel de camarão no Mercado Municipal
Trânsito lento, avenida principal
25 de Março, "hoje tudo a um real"

Ah, São Paulo! Quem te conhece não esquece jamais
Gigante que nos engole em rotina
Lotação no metrô, filas nos hospitais
Amo-te assim, e não abandono-te mais.


"...alguma coisa acontece no meu coração..."


.Ju das Candongas. São Paulo, agosto de 2008

quarta-feira, 30 de julho de 2008

..Poeminha para amor platônico...




Ai paixão desenfreiada
Que mal cabe nesse coração tão vil
Paixão desajuizada
Que não resiste à pessoa amada
Apavora e se faz juvenil

Paixão que me arde por dentro
Que corrói as entranhas
Amor que não mede consequências
E me tráz sensações estranhas

Tanto amor assim prá nada
Ama mas nunca será amada
Se alimenta de sonho e esperanças
Bobagens, que jamais passarão de lembranças

terça-feira, 29 de julho de 2008

.E o Palhaço o Que é?.


Quem é o homem atrás da máscara?
Será que tem vida além da risada?
Será que tem sonho, tem luxo, tem lixo?
Será que ele ama, ou faz disso piada?


O homem de nariz pintado
Faz todo mundo se encantar
Equilibra coisas, pinta o sete
Sabe fazer bolinha voar


Tão colorido se veste
Não sei prá que tanta cor
Se quando cai o pano
Como todo ser humano
Também esconde uma dor.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

...Me mostra o caminho então...


Eu só espero que sejas sincero
Só um pouco mais indiscreto
Para que eu possa entender ao certo
O que se passa dentro de você
Vem, seja direto comigo
Eu também procuro abrigo
Não brinque com o que eu sinto
Você pode me machucar
Saibas também tenho meus medos
Você guarda muitos segredos
Esconde verdades de mim
E se com estranhesa te trato
É porque não consigo de fato
Controlar o que sinto por ti
Não me deixas outra saída
Me põe sempre aflita
A tentar te descobrir
Faz mistério e zomba
E se me faço de tonta
É por medo de me iludir
Falas que eu faço birra
Que me comporto feito criança
Só enxerga os meus defeitos
Nem ao menos tenta entrar
No compasso da minha dança
Mas o meu maior defeito
É talvez amar-te sem freio
E se faço tudo errado
Me mostra o caminho então
Porque amar, para mim, nunca foi pecado
Ah! Como pode ser tão maltratado
Um coração que só quer ser amado
Assim como ama o seu
Vem, pega na minha mão
Não vê que eu só quero você
Abre as portas do teu coração
E me deixa entrar, mesmo que seja sem querer
Me mostra o que queres então
Sentimento não tem que ter sentido
Amor não precisa de razão
Vê, o que sinto é maior que desejo
Minha boca procura o teu beijo
E eu não posso mais resistir
Vem, roça tua nuca na minha
Me mostra que gosto tem
Me faz uns carinhos sutis
Nossas bocas já não querem ser somente amigas...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Longe de Casa


Longe de casa é tão estranho
Se acostumar a um novo lugar
No lugar da família o amigo
E ninguém mais prá cozinhar
Miojo vira especiaria
É prato fácil
Comida de todo dia
Limpar a casa toda semana
Os poucos móveis a gente espana
E manda a poeira pra debaixo do sofá
Longe de casa é tão estranho
Ninguém prá te mandar tomar banho
Ninguém prá se preocupar
Sair a hora que quiser
E ninguém ligar prá você voltar
Longe de casa é tão estranho
Dá uma saudade danada
Uma vontadesinha apertada
De ir embora prá um outro lugar...

terça-feira, 8 de julho de 2008

...Meu café em pó solúvel...


Café prá curar ressaca
Café pro meu sono passar
Café com pão de queijo é bom
Café com leite é quem não pode brincar
Café doce prá agradar visita
Café bem quente prá passar o frio
Café amargo cura a dor da gente
Café no ponto... num café vazio
Café expresso
Café sem pressa
Café de casa de vó
Café pretinho
Café docinho
E um pacote de café em pó.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

...Minha pouca poesia...

Sou assim
Poeta chinfrim
Poeta de rima barata
Nunca soube escrever grandes versos
Versos de fazer chorar os duros
Versos de corar namorado
Versos de poeta feito
Sou no máximo poetinha de versos tortos
Poeta em construção
Inacabado
Sem me preocupar com as regras gramaticais
Não sei quem são os sujeitos
Se se sujeitam ou objetos são
Pouco me importa o predicado, o adjunto
Se são juntos ou não
Minha pouca poesia é assim
Desbaratinada
Poesia de bar
Poesia de manhã de ressaca, noite mal dormida
Poesia que brota do dilúvio e não da razão...